Chamo-me Rodolfo Miguel. Nasci no dia 29 de Setembro de 1989. Cresci num contexto familiar simples, de trabalho, onde se vive a simplicidade da fé e a disponibilidade para ajudar o outro. Sou da paróquia de Póvoa de Midões, terra de que tanto gosto, recordando com grande amizade todos os que me ajudaram a crescer na fé (párocos, catequistas, etc.).
No ano de 2001 propuseram-me ir a um encontro do pré-seminário na Figueira da Foz. Arrisquei e fui, estando longe de imaginar que aquele encontro me marcaria tão profundamente. Depois continuei e fui participando nos encontros mensais do pré-seminário, sendo uma oportunidade para me questionar interiormente e ter algumas experiências que me enriqueceram bastante a nível pessoal. No meu 10º ano colocou-se a hipótese de ir para a comunidade Cura d’Ars em Cernache. Aceitei o desafio, tendo estudado no Colégio da Imaculada Conceição até ao 12º ano. Depois fiz o percurso normal, sendo que hoje, devido às circunstâncias, estou no Seminário Maior do Porto no 5º ano. Obviamente que o percurso foi feito de grandes interrogações, de alegrias mas também desânimos. Quando entrei no Seminário Maior algumas das questões que me eram mais frequentes foram: Como saber que Deus me chama? Como responder-lhe?
Uma vez alguém me disse que a vocação é o pensamento “luminoso” que o Pai tem sobre ti. Amanhece primeiro que o sol. Ora, todos querem ser felizes. Ser padre trata-se uma questão de felicidade (realizar o plano de Deus) e não uma questão de ‘sermões clericais’, nem de interesses partidários ou questões abstractas, no vazio. Deus tem um projecto sobre mim e sobre ti. Este projecto tem a ver com a tua pessoa, a minha pessoa, porém vai para além da minha e da tua vida e afecta a muitos outros.
Acredito que novos caminhos de grande beleza estão a florescer na Igreja. É verdade que estamos numa sociedade muito modificada, mas não adianta andar sempre a ‘bater’ no mesmo. O grande desafio está nas relações humanas (a chamada pastoral de proximidade). É no encontro com o outro e no encontro pessoal com Jesus Cristo que se poderá descobrir a beleza da vida, que deve ser compartilhada com outros.
Nos encontros em que vou participando (Escuteiros, campos de férias, grupos de catequese, pastoral universitária, …) são grandes as questões que me colocam: o que fazes no seminário? Vocês podem sair à noite? O que te levou para o seminário? O que pensas das questões mais fracturantes ao nível da moral na Igreja? Queres mesmo ser padre? (que desperdício… uma ‘gargalhada’ logo de seguida). Bom… confesso que realmente Deus faz maravilhas. E se cheguei até aqui, agradeço a oração de tantos, o apoio e a amizade dos amigos e família. Muitas vezes me lembro dos meus avós, já falecidos. A minha avó materna dizia que rezava a oração do terço todos os dias por mim. O seu testemunho marcou-me muito.
Nestes últimos anos tenho aprendido no seminário a importância que deve ter a vida em comunidade (no seu verdadeiro significado). Nós (seminaristas) como futuros padres ao serviço das comunidades cristãs temos de estar muito atentos e próximos da realidade concreta das pessoas. Longe vai o tempo em que as pessoas valorizavam o Domingo como o Dia do Senhor (também na minha paróquia). Isto não nos deve fazer desanimar, pois temos um mundo inteiro à nossa espera para levar o único tesouro que temos: Jesus Cristo.
Em suma, acima de tudo sou jovem, participando nos encontros juvenis, convívios de amigos... O importante é que no meio onde estou dê testemunho do que sou… cristão, humano como todos (com qualidades e defeitos).
Devemos ser fruto e sinal do amor de Deus que tem por mim, por ti, por nós. Sim… vale a pena esta aventura. O Seminário é o espaço ideal onde podes crescer e amadurecer a tua vocação. «Não tenhais medo». Precisamos de jovens que se entreguem com coragem, na radicalidade do Evangelho. Jovens do nosso tempo. Arrisca! Apaixona-te! Vive! Rezo por ti e conto com a tua oração.
E tu…? Atreveste?
Rodolfo Albuquerque
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